O ônibus lotado que pra passar você precisa se esfregar com as outras pessoas.
As mulheres que, de repente, começam a contar-lhe tudo de suas vidas, as vidas de seus filhos, e filhos de seus filhos.
As mais idosas que, enquanto o ônibus aqui vá rápido demais, pra não cair apertam com toda a força a sua nova barriga que está crescendo cada vez mais por causa da enorme quantidade de comida que você prova quando quer experimentar sempre coisas novas.
A facilidade com a qual todos, sem exceção, começam conversar com você sem te conhecer.
Os abraços em vez de dois beijos na bochecha pra se cumprimentar.
Os incontáveis sorrisos de todo mundo.
O fato de que não é importante aqui ser desconhecido.
As redes em cada casa.
Os carros que passam com a música super a alto volume.
Os arranha-céus.
Os pratos cheios de pelo menos três ou quatro coisas diferentes.
Os restaurantes self-service.
As infinitas praias com milhões de palmeiras.
A água de coco doce.
Tapioca e Açaí.
Arroz e feijão.
Os vendedores de DVDs piratas nas ruas.
Malabaristas nos semáforos.
‘Obrigada’ por tudo.
A cantina na escola, bancos individuais e a fofura dos colegas.
A relação super-amigável entre alunos e professores.
A força de espírito e felicidade de quem vive com pouco.
O atraso sempre presente.
A habilidade absurda dos meninos em jogar futebol.
A beleza das crianças que fazem capoeira.
A generosidade com que oferecem tudo.
A grande religiosidade de todos.
O culto protestante com um baterista e guitarrista.
O número incontável de exclamações (oxente <3, viximaria, armaria, nossa, massa, nossa senhora)
A praia com os golfinhos e surfistas.
O galo que canta de manhã (mas também a tarde e a noite).
Os sucos de frutas deliciosos.
O amor para a batata-doce, macaxeira e carne de sol.
As havaianas.
Os diminutivos para todas as palavras.
A novela.
Margarina em toda parte.
As conversas sem sentido se traduzida literalmente em italiano.
O ” tudo bom ?” que substitui um ‘Olá , prazer”.
Isso é o meu Brasil.
Bianca Valente Gentile, intercambista italiana no Brasil