Falamos no último post que uma das vantagens e objetivos em receber um estudante seria a aprendizagem das diferenças culturais entre ambas as partes.

Isso nos leva a pensar: o que há de tão diferente entre as culturas? Somos assim tão diferentes? Será que agimos de acordo com a nossa cultura ou cada um tem seu jeito individual? O que é a minha cultura?

Para ajudar a compreender o desafio que temos pela frente, é importante entender o que é a cultura de um país, que consiste num conjunto de coisas que acreditamos, valores comuns e comportamentos e formas de expressão. Isso significa que ao conhecer determinada cultura, aprendemos como agir e também o que é esperado de nós.

Esse é um tema vasto, então vamos partilhar algumas “Metáforas de Cultura” para ajudar a entender esse conceito. Antes de mais nada, precisamos entender que existe muita coisa visível ou consciente (os comportamos do dia a dia, como fazemos as coisas) e também o invisível ou inconsciente (os valores que temos que nos ajudam a definir o nosso comportamento).

Temos 3 metáforas muito úteis que nos ajudam a visualizar essas diferenças. Quando pensamos no iceberg, sabemos que há uma parte visível e uma outra, profunda, que não temos acesso, mas que certamente sustenta o Iceberg!

ICE

Ou podemos pensar numa cebola. A cebola, ao descascar, vai mostrando a existência de diversas camadas… Mais vamos conhecendo conforme nos afastamos da casca exterior. A cebola também nos faz chorar ao ser cortada e isso demonstra como é difícil por vezes compreender uma nova cultura. Por fim, podemos falar numa árvore.

CEBOLA

A árvore floresce à nossa vista, mas para sustentação precisa formar raízes fortes. As raízes podem demonstrar os valores de uma cultura. Aí reside a sua base, que está na origem daquilo que floresce e que podemos ver.

ARVORE

A cultura é formada por bases fortes (valores) que não podemos ver à primeira vista, mas que dão origem à forma como nos comportamos.

Vamos ver um exemplo?

Em algumas culturas, é falta de respeito que o jovem ou a criança olhe nos olhos do adulto, quando está havendo uma conversa. São culturas mais hierárquicas. Em outros países, é falta de respeito que o adolescente não olhe nos olhos do pai enquanto este está repreendendo algum comportamento. Olhar nos olhos demonstra que está atento. Outro exemplo? Em algumas culturas, espera-se que o jovem seja independente, mais autônomo e é comum ele tomar suas próprias decisões. Em outras, os filhos são criados de uma forma mais guiada e espera-se que a independência chegue apenas mais tarde.

Viu como são coisas pequenas que nem reparamos no dia a dia?

Assim será o dia a dia com um estudante estrangeiro na família. Precisamos observar, precisamos ser flexíveis, buscar entender as razões. E precisamos também deixar claro para o estudante a forma de pensar e agir da família. O porquê de determinadas decisões, determinadas regras, a nossa forma de agir.

Acima de tudo, precisamos entender que além da personalidade de cada um, existem questões culturais, hábitos e aprendizagens de cada cultura que constituem todo um mundo novo ao chegar em um país diferente. Entender a parte que fica abaixo do iceberg, as camadas mais internas da cebola ou as raízes da árvore é onde estão os desafios interculturais entre família hospedeira e estudante estrangeiro.

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