É tão interessante observar as pessoas e o ambiente ao seu redor, cada uma tão diferente da outra. Há tantas possibilidades de ser, pensar e viver. Enquanto uma língua, uma cultura ou uma crença soa estranha e errada para alguns, para outros, é comum, normal e certo.
Nós, seres humanos, muitas vezes vemos o diferente como inferior. Afinal, todos temos julgamentos e preconceitos, querendo ou não. Para o ser humano, é natural que trate as pessoas de maneira diferente entre si. A reação que você tem quando alguém te ajuda não seria a mesma se fosse uma pessoa diferente.
Durante o intercâmbio pensei muito na maneira que trato as pessoas. “Será que é isso o que a pessoa que eu mais admiro no mundo faria?” Essa é a melhor pergunta de se fazer.
Estava convivendo com aproximadamente 50 pessoas, que via praticamente todo dia. Cada um tem seu jeito de ser, alguns mais extrovertidos e outros mais introvertidos, alguns mais barulhentos e outros mais quietos, alguns mais alternativos e outros mais tradicionais. Sendo assim, tenho mais afinidade com as pessoas que são mais parecidas comigo, que batem com a minha personalidade. Isso não significa que os outros estejam errados. Não há somente uma maneira de se vestir, de falar, de comer etc.
Esse tempo que passei na Dinamarca me mudou de uma forma tão profunda, uma mudança boa, quase indolor. Todos deveriam passar por isso. Hoje, entendo plenamente o que o AFS nos disse antes de irmos. Não existe uma cultura mais certa ou mais errada que as outras. Nunca esquecerei esse grande semestre na minha vida, quando minha mente abriu, me tornei mais responsável e madura.”
Luciana Bohnert – Participante do programa Folk College na Dinamarca (Arte e Interculturalidade)