Primeira Impressão
Enquanto estava no avião a caminho da minha grande aventura não tinha ideia de o que era um intercâmbio. No momento que acordei na nova casa percebi que ia a passar um ano nesse lugar e sinceramente me assustou um pouco, a ideia de um ano era muito tempo, nunca vou esquecer que comecei a chorar de soluçar antes do almoço no segundo dia, me escondia para que ninguém se preocupasse comigo então quando sentei na mesa com os olhos inchados me perguntaram se estava tudo bem e me disseram: “agora vamos sair para conhecer e assim você se distrai” realmente me senti melhor.
Adaptação
Realmente no começo não foi fácil de se adaptar, me compliquei para manejar o dinheiro, me assustei com a nova maneira de viver (nova cultura) e me sentia triste com o peso que estava ganhando, mas depois percebi que estava criando problemas mais grandes que eu tinha e era só esse ano que ia passar nesse país e depois quando voltasse para o Brasil ia ter muito tempo lá.
Pouco a pouco fui conhecendo a minha família e aceitando como as coisas são em Costa Rica (não quer dizer que é ruim é só diferente), com a ajuda da AFS e o apoio dos meus pais no Brasil. Fiz um laço muito grande com minha família hospedeira, comecei a me sentir em casa e com a liberdade de dizer o que eu não gostava e o que eu gostava, quando eu chamei a minha mãe hospedeira de mãe pela primeira vez vai ser inesquecível para mim. Eu estava no portão e precisava chamar alguém para abrir a porta (ainda não tinha a chave), minha irmã não estava em casa, fiquei um tempo olhando para a casa pensando… Então chamei “MAMIII” (eu tinha perguntado para ela se podia chamar lhe assim) e depois disso me acostumei e é estranho chamar de outra coisa.
Foi como uma montanha russa de sentimentos são dias que eu chorava para voltar para casa e outros que eu chorava só de pensar que eu tinha que ir embora de Costa Rica.
Colégio
Foi diferente para mim o tempo que durava o colégio, no Brasil eu tinha aulas das 7:30h até ás 12:50h e aqui das 7:00h até 16:10h com uma manhã livre e uma tarde livre na semana. Não tive problema de me acostumar, foi bem divertido. Almoçávamos no “comedouro” (isso era uma coisa nova para mim e me lembrava dos filmes dos Estados Unidos).
Consegui aprender muito vocabulário nas aulas, principalmente com uma professora que ditava muito e falava muito rápido. No começo escrevia parte em português e parte em espanhol, sempre me atrasava e tinha que copiar de alguém no final consegui pegar o ritmo e me senti muito feliz com isso.
Tempo
Lembro que quando cheguei os intercambistas que já estavam aqui nos receberam e me senti como a novata e de uma hora para a outra eu que estava recebendo os novos que estavam chegando!! Eu que era a velha! Para mim eu tinha acabado de chegar. O tempo passa voando, agora nos últimos dias ainda não me caiu a ficha que eu vou voltar para o meu país, parece que foi ontem que eu cheguei.
Conclusão
Um intercambio é mais que uma viagem, você não é uma turista você se torna parte do lugar (Podia dizer: Eu moro em Costa Rica!). Você não aprende só a cultura do país que está você aprende a cultura do seu país (antes era algo de rotina e depois você percebe que isso faz parte da sua cultura) e de muitos outros. Você aprende sobre você mesmo, aprende a lidar com problemas, a valorizar, a aceitar, a arriscar, a enfrentar, a organizar-se e muito mais.
Vou sentir muita falta da minha família, dos meus amigos, dos meus passeios e espero um dia poder voltar e nunca perder contato porque para sempre vão ser meus amigos e para sempre vai ser minha família (de Costa Rica).
Me sinto muito estranha quando penso que vou voltar para o Brasil, ansiosa mas ao mesmo tempo com medo. Voltar ao ritmo do colégio, ver as mudanças dos outros, rever os velhos amigos. Voltar a “normalidade” com outros olhos.
Ana Correa Luiz, AFSer na Costa Rica